Tenho em mim a voz do alto muro, um escuro intrépido e faminto, flores escondidas nas pálpebras e habitantes mais antigos do que a própria terra. Vou me descobrindo louca e fêmea e em meu corpo vão sendo tecidas heras, vão sendo abertos abismos, vão nascendo rios. Estranho o oculto pesar desse singular parto, em que me perco para redescobrir minha forma, em que nasço em partes cada vez mais claras, cada vez mais líquidas, cada vez mais perto do sol.
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