Às vezes nos sentimos assim. Lixo, perdedores. Alguém e/ou alguma coisa toma a frente da gente, da história da gente e abala a percepção que tinhamos sobre alguém, alguma coisa e sobre nós mesmos, tipo de repente num piscar de olhos vamos, segundo nós mesmos,, de toalha felpuda a pano de chão. É. Nada do que foi será igual ao que a gente viu há um segundo. Mas é duro, muito duro e doloroso aceitar que nos enganamos, que não demos atenção o bastante aos sinais, aceitar o engano. A boa notícia é que em muitas das vezes não houve engano, não nosso, e portanto, somos eu, você e qualquer um que se julgue perdedor no momento, seres legítimos, sem certezas absolutas, pois os grandes convictos são tão chatos quanto os grandes indecisos. E nós somos gente boa, gente com quem outras gentes bacanas e interessantes gostam e querem estar, e um dos motivos disso aí, é que ficamos muitíssimo bem na nossa própria companhia. Bão, dito isso, a dor, ah a dor, a dor tem e deve ter vez, a melancolia também, de acordo com o tempo de cada um, porém, sempre, sempre e sempre dor e melancolia patrulhadas pelos seus donos. Dor e melancolia têm e devem, assim como ser respeitadas, ter prazo de validade, mesmo no ápice do desconforto, desânimo, perda, auto-estima no calcanhar, etc. Quem decide, quem resolve, quem manda, quem escolhe, ainda que com ajuda se necessário, entre vivenciar a dor e melancolia temporárias circunstanciais, afinal elas atingiram lá o seu status e estão entre as oportunidades que generosos que somos damos, e entre a dor e melancolia mutiladoras, ervas daninha destrutivas de todo o bem e bom que construimos inclusive (sim, porque elas têm cacife pra tanto), somos nós, cada um de nós e mais ninguém.
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